Muita gente me pergunta como é trabalhar ao lado da minha esposa. A resposta? Extremamente desafiador e transformador.
Já vivi a realidade comum: sair para trabalhar enquanto ela cuidava da casa, ou nós dois saindo e nosso filho ficando com avós ou na creche. Mas hoje, nossa vida é outra. Empreendemos juntos. Eu e Aline construímos a Aline Fontes Gestão, Marketing e Fotografia com base no que acreditamos: liberdade, crescimento e consistência.
Neste exato momento, enquanto escrevo este artigo para o blog, ela está fotografando um parto em Bento Gonçalves, e eu estou com nosso filho Evan, de quase 2 anos, cuidando da casa e organizando as demandas da semana. Pode parecer estranho para alguns ver um pai assumindo esse papel com naturalidade, mas para nós faz sentido.
Já ouvi que larguei mão da minha “masculinidade” por não ser o único provedor. Mas a verdade é que a masculinidade frágil nunca construiu impérios — ela só alimenta um ciclo de exaustão.
Aqui, enquanto um sai para uma sessão de fotos, o outro edita vídeos, cria conteúdo, responde clientes, cuida da criança e da casa. Nem sempre é 50/50, mas é sempre sobre parceria. Muitas noites são em claro porque o processo criativo da Aline funciona melhor à noite. E, de manhã, é minha vez de estar com o Evan pra que ela recupere as energias.
O que nos mantém de pé? Conversas difíceis. Constantes. Sem atalhos. E a clareza de que queremos viver algo maior.
Separar o pessoal do profissional? Esquece. Aqui, tudo é integrado. E isso nos levou longe. Só neste ano, passamos por quatro estados. A liberdade que construímos com nosso trabalho nos permite viver experiências que, com um emprego fixo, talvez fossem inalcançáveis.
Agora em 2026, Aline vai palestrar em São Paulo — mais uma entre tantas que já participou. E lá estarei eu, com o bebê no colo, registrando, apoiando, vibrando.
Empreender é escolher a incerteza. E viver com ela. Será que vai ter cliente mês que vem? Será que conseguimos manter nosso propósito? Será que vamos dar conta?
As respostas, só vivendo. Mas posso te garantir: construir algo com quem se ama é para poucos. Poucos que têm coragem de enfrentar o extraordinário.
Renúncia. Alinhamento. Diálogo. É sobre isso que falamos quando pensamos em ter uma empresa em casal.
Sim, seria mais fácil buscar um emprego com salário fixo. Mas não viveríamos tudo isso. Não estaríamos em movimento, crescendo, reinventando, aprendendo.
Leia também: “O Ctrl C + Ctrl V não te torna criativo” — um texto sobre conteúdo, inteligência artificial e o que realmente diferencia um criador de verdade.
Se chegou até aqui, quero saber:
Você toparia empreender com o seu cônjuge? O que faria diferente?
por Elson Aguiar